Antes considerados apenas limítrofes, esses níveis agora exigem mais atenção médica. A mudança busca reforçar a prevenção: nessa fase inicial, mesmo sem o diagnóstico de hipertensão, já se recomendam mudanças no estilo de vida e, dependendo do risco do paciente, o uso de medicamentos pode ser indicado.

Ainda em 2024, a SBC divulgou orientações atualizadas sobre a automedida da pressão, que é a medição feita em casa pelo próprio paciente com o uso de um aparelho de pressão automático.

O Guia de Compras conversou com especialistas para explicar a diferença entre os dois tipos de aparelho e outras questões, como o jeito certo de fazer a medição e o que fazer com os resultados.

Mas vale lembrar que a medição em casa não substitui o acompanhamento médico e a procura por serviços de emergência caso o paciente não se sinta bem.

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“Para todo paciente com diagnóstico de hipertensão, é válido ter o medidor em casa para aferir a pressão de uma maneira mais controlada”, orienta Alexandre Soeiro, que é cardiologista no Hospital Beneficência Portuguesa, em entrevista ao Guia de Compras em 2024.

Mas medir a pressão em casa é um costume que beneficia mais do que apenas quem é diagnosticado com a doença.

A recomendação é que a população adulta tenha esse hábito. Não necessariamente as pessoas acima de 18 anos, mas especialmente as pessoas acima de 40 anos, quando a chance de hipertensão se torna maior. Essa é a recomendação de Weimar Kunz Barroso, médico especialista em hipertensão no Hospital Albert Einstein Goiânia e presidente da SBC.

Segundo a SBC, a principal causa de morte em pessoas com mais de 40 anos são doenças cardiovasculares. A maior parte das pessoas com pressão alta não têm sintomas, por isso têm que medir a pressão para saber se tem algo errado, segundo Barroso.

O médico também sugere que pessoas adultas com histórico de hipertensão na família ou jovens que, por qualquer razão, tenham pressão mais alta que o normal, deveriam ter o aparelho em casa.

Existem dois tipos de medidores automáticos. Em um, o manguito (a parte que fica em contato direto com o corpo) é colocado no punho, como se fosse uma munhequeira. No outro, ele é colocado em volta do braço, acima do cotovelo.

Segundo os médicos, o modelo mais indicado para se ter em casa é o medidor de braço, por ter resultados mais precisos. Em geral, eles têm medidas mais fidedignas, porque a medida do punho está mais sujeita a algumas variabilidades, de acordo com Barroso.

A limitação não tem a ver com o aparelho em si, mas sim com a própria oscilação do local do corpo. Por isso, o medidor de punho não é ruim, apenas menos recomendado que o de braço.

É importante ressaltar que os aparelhos não devem ser usados de qualquer jeito, pois isso pode causar imprecisões.

Idealmente, o paciente deve estar sentado, de preferência com o conforto mínimo, que é ficar com os pés no chão, as costas apoiadas no encosto e o braço apoiado em uma mesa, mais ou menos na altura do peito e do coração, conforme orientação de Barroso.

Segundo o médico, o esforço de segurar as pernas ou o braço no ar pode interferir nas medições. O paciente também não pode estar de bexiga cheia, ter tomado café na última meia hora ou ter feito exercícios físicos na última hora e deve evitar falar e fazer movimentos bruscos.

O posicionamento do manguito deve ser feito na posição correta. O manguito do medidor de punho deve ficar no braço esquerdo e o do medidor de braço deve ser posicionado dois dedos acima da dobra do cotovelo.

Esses aparelhos geralmente têm desenhos que ensinam como fazer esse posicionamento, por isso dá para seguir a orientação do fabricante. A partir daí, o aparelho faz a medição sozinho e os resultados são mostrados no visor.

📝 E o que fazer com o resultado? Para começar, não se deve usar os valores obtidos com a automedida como diagnóstico ou tomar qualquer tipo de decisão médica sozinho.

“A medida de casa é mais para ter um norte. Não tomamos decisões baseado nelas. Usamos as tiradas no consultório médico”, alertou Barroso.

Vale a pena anotar os valores da pressão toda vez que usar o aparelho, seja em um caderno ou em aplicativos. A ideia é monitorar os resultados obtidos em casa e levar essas informações a um médico, para que ele faça a avaliação profissional.

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